terça-feira, 5 de junho de 2007

Lisboa e Porto- impressões

As sessões de autógrafos na Feira do Livro de Lisboa e Porto foram um sucesso! Obrigado a todos que tiveram a amabilidade de se deslocarem até estas. Conheci muitas pessoas interessantes e interessadas, revi outras, algumas que não via há muito, muito tempo, e fiquei muito honrado e sensibilizado por este contacto tão próximo e genuíno. Estarei talvez a ficar velho?

Em Lisboa a tarde estava óptima, cheguei mais cedo para passear com a família/amigos e me atrever a uma fartura (a terceira desta edição!) e espiolhar uns livros e autores. A Exma. Luísa Ducla Soares honrou o meu velho exemplar de Meu bichinho, meu amor com uma dedicatória assinada e por aí subi, vendo a longa fila do meu amigo JL Peixoto, o escritor mais charmoso da actualidade. Quando desci da minha própria sessão, ele ainda lá estava dando atenção a quem lhe dá vida como autor. Um exemplo pese embora o tivesse de o arrastar para o jantar!

Depois de idas e vindas, comecei a assinar e as primeiras pessoas com quem falei foram o Hélder Mestre (ex-atleta que sofreu um acidente que o deixou numa cadeira de rodas) e a Anabela, ambos ex-conterrâneos meus da Brandoa (o meu ex-bairro também...). Tive muito prazer em começar por eles, principalmente o Hélder passou-me valores de força e de respeito e tudo correu com muita naturalidade, como as boas coisas devem ser e parecer. Curioso este passado comum entre provas de atletismo e associativismo, algo que, de alguma maneira, me abriu e fechou, na altura, os horizontes de que precisava.

A sessão continuou entre fotos e dedicatórias, um reencontro com o João de Melo, abraços e beijos e terminou como convém a um dia bem passado, regado de boa bebida, sorrisos francos e vozes de amigos.

A viagem até ao Porto foi rápida e sem história. O Zé Luís rápido mas seguro ao volante, paragem única para café e despejo urinário (não existe uma maneira boa de o dizer, desculpem) e muita conversa posta em dia. Chegámos, separámo-nos e conquistámos, já que na vertigem das assinaturas, pouco tempo sobrava para grandes conversas, tendo eu preferido ter boas pequenas conversas. Muitos foram os fans e amigos também. Um deles (amigo e espécie de referência) foi o Adolfo que também assinou ao meu lado e posou comigo em meia dúzia de pedidos. Ficámos combinados para o Maldoror em Lisboa, um dos espetáculos que mais antecipo este ano. A Feira do Porto, muito partcipada, tem um quê de claustrofóbico por ser interior. Nesse aspecto a Feira de Lx é mais agradável, apesar de diminuir de ano para ano e de nos relembrar o esquecimento a que o Parque Eduardo VII está votado o resto do ano. Mas as pessoas compensam e como no Porto! Depois de mais fotos, dedicatórias, encontros, reencontros e até desencontros, uma entrevista sem rede à Elegy Ibérica (hold on brothers!) e ao programa Blindagem, mais uns pedidos de desculpas aos nossos amigos que estoicamente aguentaram o "autismo" das assinaturas e rumo a Lisboa, com paragem para a única refeição do dia, contornada às excursões de invasores, ao som de Apse, CD que de fundo às nossas conversas, rolou pelo menos cinco vezes!

Em ambas as feiras, não esquecendo a apresentação do segundo volume de contos de H.P.Lovecraft, há uma exacta semana, fui presenteado também com livros, em que participei quer como leitor, autor ou ajudante. Comprei para mim as Memórias do Voltaire, o segundo volume do MAUS de Art Spiegelmann (que adoro!) e as Cidades Ínvisiveis do Calvino, sugestão da Aetheria (tudo promoções). Deixei a meio a Odisseia e com tanta prenda já me deletei com um livro fantástico de poemas da Catarina Nunes de Almeida (Préfloração) editado pela Quasi, devorei, com finalidade, os Estilhaços do Adolfo que escreve canibalmente bem, e revela uma lucidez que invejo (adorei os seus relatos dos passeios com o seu filho Mateus, em Paris) e a cabecear de sono ainda sinto espalhados pelo chão e pelas estantes os outros presentes (A cura de Schopenhauer; a biografia dos Mão Morta; Eis o Homem) que, como um puto, gostaria de brincar com todos ao mesmo tempo. Não dá. Amanhã tenho de ir tirar uns moldes aos meus tímpanos.

Antes de me ir...um agradecimento particular à Dora Carvalhas, a minha guru dos blogs, que também assina a foto do blog e ao Ricardo Bernardo pela grande capa dos Vultos e fotografia do autor/perfil. Esta semana conto confirmar as sessões de apresentação nas FNAC dos Vultos, para a qual se preparam coisas especiais. Vou também fazer pins do livro tal como para as Feridas. Depois coloco aqui a sua aparência.

Thanks for listening!

4 comentários:

Inês disse...

Fico à espera das datas para as Fnacs. :)
Ah, e o beijinho para a Telma foi entregue! ;)
*

Fátima Inácio Gomes disse...

Que bem!!! Vais poder acrescentar às tuas muitas viagens, outras viagens... as da utopia!!!
Eu fico-me pela minha Eusapia... e com uma vontade tremenda de reler... mas o Tempo, ai o Tempo!!!
Ficamos à espera das Fnacs, para ver essas "coisas outras" e para ouvirmos falar o autor da sua obra.

Francisco Rodrigues disse...

Obrigado pela atenção e dedicatórias em todos os livros que levei à feira do livro do Porto.
Realmente aquela tenda exterior é bastante sufocante, deveriam repensar aquilo. De qualquer forma a oferta de livros é muito boa. Encontra-se tudo.
Para mim, foi fantástico encontrar juntos dois ídolos: Fernando e Adolfo. Esqueci-me de perguntar ao Adolfo para quando uma participação tua num disco dos Mão Morta ;)

Foi bom rever-te.
Abraço bracarense

Francisco

Daniel Pestana disse...

Eu apenas queria dizer que li e reli ambos os teus livros: "Como escavar um abismo" e "Feridas Essenciais", assim como também li as introduções aos melhores contos de H.P.Lovecraft e devo dizer que graças a ti consegui refinar o meu estilo. Também escrevo, não poesia, mas um estilo que desafia essas redundantes fronteiras que separam a poesia da prosa e da ficção. O universo onde se movem as personagens que crio é bastante similar à confluência de forças e sentimentos de toda a tua obra. Queria agradecer-te pela excelente influência que tiveste no que escrevo e por (na altura em que era um puto apenas) me teres dado a conhecer um outro lado que não conhecemos na escola desse grande senhor que é Fernando Pessoa através desse grande tema que é o "Opium". Espero que um dia sejas tu a ler a minha obra e revejas um pouco parte de ti nas minhas palavras. Obrigado e felicidades. Keep writing... and keep rocking. Abraços.