sexta-feira, 12 de março de 2010

Canto escuro

Às vezes penso
que me poderia
dissolver
na escuridão deste canto,
ficar por lá uma vida toda
ou apenas durante esta tarde ,agachado,
sem que tu desses por isso

Às vezes
Poderia falar-te sem parar
até que, como pediste,
as coisas tristes
fossem levadas
para um outro sítio
ao qual
nem eu,nem tu
temos acesso,

mas também sinto que, hoje, poderia
falar sem parar das coisas más
porque essas, pelo menos,
me fazem companhia
nesta tarde de febres
neste canto de escuros

10 comentários:

Graça disse...

Gosto de ler-te... há muito.

Daisy Libório disse...

no canto escuro estirados
ainda vemos uma fresta de luz
nesta febre em que os pensamentos queimam
e que mais fogo põe na alma
para que as palavras nos fujam
a virar algo mais
em outro lugar
para outros olhos...
também contaminando-os
de um pouco de nós mesmos...

*Bela composição!

Anônimo disse...

o desencontro

Olhei para todos os cantos e não te vi. Foi assim numa rua bem movimentada de Lisboa, deambulei por outros caminhos que conduziam a esta artéria, sempre ao encontro do meu objectivo, e contigo em pensamento, presente a possibilidade de te encontrar em qualquer sitio, a passear ou a correr. No fim do meu trajecto, desiludida, e como sempre aceitando o meu destino, julgo-me mais uma vez perante a frustração de muitos anos em que te procurei e não te encontrei.

Nos meus olhos secaram todas as lágrimas que choraram este desencontro. Parto com a esperança de que o tempo vai sarar a ferida aberta.

Tudo o que havia para oferecer, foi-te oferecido.

© Maria Manuel disse...

da solidão...

Maria disse...

PENUMBRA

Finjo que vivo
Eu vivo.
A escuridão envolve teu vulto,
Em meu íntimo
Ecoam gritos de culto,
Finjo não ouvir,
Eu minto.
Porque demoras?
Estou só...
Queria ter-te aqui,
Sem sombra.
O som de uma guitarra
Dilacera a penumbra,
Vens aí
Estou aqui
Não finjo
Eu vivo.

Queria enviar mais umas palavras que escrevo, mas para um endereço de Email, pode ser?... Por favor...

Anônimo disse...

Sente-se tristeza, desconforto, e solidão talvez, é com a impressão que fico ao ler o seu poema.
Uma coisa o Fernando pode ter certeza, eu (sou uma no meio de milhares) vou estar sempre do seu lado(ao longe é certo) mas vai ser sempre das pessoas que mais admiro na vida.
Beijinhos Raquel Valente

Anônimo disse...

TUA ALMA ESTÁ NEGRA TEU ESPIRITO ESCURO, DAS PALAVRAS QUE LEIO NADA ME TRANSMITE LUZ, SERÁ QUE A TUA VIDA É ASSIM TÃO NEGRA COMO AS PALAVRAS QUE TU ESCREVES. OLHA QUE A MINHA VIDA NÃO TEM SIDO COLORIDA MAS CERTAMENTE SE TIVESSE TANTO JEITO PARA A ESCRITA NÃO IRIA ESCREVER COISAS TÃO TRISTES POÍS SEMPRE ENCONTREI O CAMINHO DA LUZ, NELE ESTÃO AS RESPOSTAS PARA TODAS AS TORMENTAS DESTA VIDA.

Christine disse...

O conforto encontrado no turbilhão dos nossos pensamentos e emoções, num mundo cada vez mais incompreensível ***

Anônimo disse...

quando leio os teus poemas fico com a sensaçao de que és uma pessoa muito melancolica, nao digo isto como defeito, é simplesmente uma caracteristica. gosto honestamente da tua poesia, pesada, deixa-nos melancolicos tambem...

Anônimo disse...

Olá...
Discordo dos comentários que aqui li sobre o magnífico poema "Canto escuro". Não acho um poema melancólico, nem triste,nem deprimente. Parece-me sim um poema sobre a busca da felicidade, busca essa que só pode ser bem sucedida se enfrentarmos os nossos medos e falarmos sobre eles, no tal canto escuro que cada um de nós tem, seja virtual ou real.
Gritas e gemes e choras no teu canto escuro, acompanhado ou só, e depois encantas-nos com a tua energia que eu pessoalmente acho muito positiva.